domingo, 20 de setembro de 2015

   Não estou drogado, a não ser de café. Queria agora ficar bêbado, não vou ficar pensando merda agora, eu queria muito me desconectar com algo, rivotril nem pensar. Eu não estou bem, passei o sábado inteiro dormindo pq na sexta fiquei fazendo uma elucubração, gosto da produção noturna mas fico destruído no outro dia. Talvez eu devesse saber dosar, sei lá, acho que eu me esforço demais às vezes.
   Não tô mais com raiva do professor, ficou um vazio mesmo, nunca tive uma ligação com o mesmo, então tá de boa. O que detesto é que eles tentam forçar uma intimidade que não existe, pq no final eles cortam, mal olham na sua cara. Tô é enojado.
   Eu não sei como vou fazer pra conseguir maconha, estou morrendo de vontade de F1 e não acho a massa nessa porcaria. Mas mesmo estando na merda eu não vou usar antidepressivos de jeito nenhum, eu detesto psiquiatras e detesto esses remédios. Por falar em remédios eu vou dividir o rivotril em 1/4 e vou tomá-lo de manhã, não quero mais chegar na aula sob efeito de rivotril pq ele é tipo um álcool, não é uma droga que se use num momento de estudos. Na verdade ele é uma porcaria, não é uma droga boa pra nada a não ser tomar e ficar à toa, não de boa. Eu queria morrer, eu quero morrer na verdade, eu to sem dinheiro nenhum e minha saúde não esta boa, estou decepcionado com um monte de gente e perdi a esperança no ser humano. Eles só fazem merda e depois é vc o culpado de tudo, como é que podem ser assim? Eles são falsos pra caralho, não me identifico com nenhum deles, parece que são de outro mundo ou que não compreendem o meu.
   Eu estou aprendendo muito nessa fase sombria, quando eu voltar à luz eu vou saber pensar em mim e somente em mim, eu não ligo se eu estou pra baixo e se pensam que eu sou um cara negativo, eu não ligo se eu não faço academia e meu corpo é magro, não ligo se eu não sou objeto de desejo de ninguém, pq na verdade eu estou farto de todo mundo e já cansei de me ferrar na academia pra servir aos outros. Futuramente, quando eu tiver dinheiro e estabilidade eu faço academia, pra mim é claro. Agora eu pouco me importo com minha aparência, foda-se! tem coisas mais importantes pra que eu me preocupe, minha carreira é o meu escopo.
    Eu não vou mais outorgar a ninguém o direito sobre os meus pensamentos, nem sobre o meu corpo, é tudo meu, sou de mim mesmo. Não importa se eu não agrade a quem seja, não preciso disso, se o nosso corpo se acostuma a qualquer droga a ponto dela até parar de fazer efeito, a minha mente vai se adaptar ao individualismo.
    Eu estou assim e vou mudar se as circunstâncias permitir, eu não quero forçar nada nem quero a felicidade em cápsulas, vou viver este momento, eu preciso aprender a viver com a angústia também, nem tudo é gozo. A vida é mais que um estado linear, a vida é uma congruência de felicidade e sofrimento, euforia e morgação, explosões de insanidade e momentos de racionalização, é tão instável que não vale a pena lutar contra isso, nada é garantido. Eu não tenho ligação com ninguém no mundo, sério, com ninguém, então por qual motivo eu vou me preocupar com gente que daqui há alguns anos eu nem verei mais? Eu não vou fazer a mesma coisa que fiz no ensino médio, eu não tenho ligação com ninguém. Eu acho que eu só tenho ligação com o rivotril, por isso que eu nao consigo largar ele, ele é meu marido, os outros são os outros e só.

sábado, 19 de setembro de 2015

 Eu estou drogado, e daí? Talvez eu estive jogado às moscas caso eu nascesse na rua, talvez eu estivesse num quarto bacana em Casa Forte se eu tivesse dinheiro. Tô no meio, entre a merda e o conforto, mas psicologicamente eu tô na merda mesmo; falei pra mim mesmo que não me exporia pra ninguém e num desabafo aí, em que eu tava chapadaço eu comecei a falar demais pra um professor que é um diplomata estúpido.
 Não sei se tenho mais raiva de mim ou dele, na verdade eu cheguei num ponto em que eu não sinto raiva de ninguém, eu só quero nunca mais ver a pessoa na vida. Por mágica, sei lá, quero que a pessoa suma e que me apague de sua memória, assim como quero não remeter a esses caras nunca mais, são o que desejo ser o elo perdido do que eu aspiro me tornar, mas mais do que nunca são o que não quero ser, ver, lembrar, olhar, por mim eu me isolaria do mundo mexxxxxmo, me trancaria num quarto com cartelas e mais cartelas de Rivotril e talvez eu tivesse a sorte de morrer com uma superdosagem.
  Uma coisa foi boa da conversa de anteontem, ele lá disse pra que eu não falasse o que eu penso, eu achei isso um conselho tão primário vindo de um doutor das Letras, mas tudo bem, não falo mais na porra da aula dele, fiquei decepcionado pra caralho, eu gosto muito dessa cadeira e por tabela eu gostava dele, mas não tenho mais empatia por ele, tenho um pouco de raiva por ele ter destruído a imagem que eu fiz dele, era minha a projeção, ele não deveria ter destruído,, meu universo, minhas significações, quem ele é pra entrar no simbólico dos outros e destruir toda uma simbolização? AH, foi péssimo hoje, uma merda também, igual anteontem, o menos pior do dia foi ter falado com uma professora e ter esclarecido que eu não sou arrogante por mal. Na verdade eu não sou arrogante, odeio gente arrogante, eu só não consigo admirar gente medíocre, não digo medíocre como um adjetivo a pessoas drogadas, miseráveis nem nada disso, é gente medíocre mesmo, tipo Charles. Se alguém ler isso vai pensar que estou num surto psicótico, mas que se dane, e se eu tivesse? Qual o problema com a porra da loucura? Se a gente ver bem eu meio que tô louco nesse exato momento, pq segundo o DSM-IV TR eu não estou me sentindo como é normal se sentir na cultura a qual me circunscreve. DSM-IV é uma palhaçada, médicos leram isso? Admiro apenas a capacidade de memória desses caras, só, pq é muita coisa pra ser lembrada, mas eu não vi nada pra ser refletido ali, só há listas e definições fechadas sobre o ser humano.

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

  Discursar é como ficar nu (acho que pra mim nudez ainda é tabu). Eu cansei de tirar a roupa pra qualquer um (em ambos os sentidos) e chegar a conclusão de que me expus à toa.
  Eu não percebo o que transmito no discurso, mas eu sei que transmito muito de mim, inclusive pontos fracos e demandas. Isso na mão de alguém aproveitador é uma arma! "Vamos brincar com as (sabem identificar quais) suas demandas e vamos ciscar em cima dele depois" - falam as galinhas-homens. Como percebem quais são as minhas demandas? Pelo implícito no meu discurso - e pela somatização do mesmo.
   Insurge uma pergunta: Como pessoas leigas (todas as que me usaram) têm a capacidade de acessar o implícito? Essa pergunta leva a outra: Será que eu mesmo não explicitei por meio de atos falhos a minha demanda? Devo ter deixado a ponta do ice berg visível, a qual deixou dedutível meu grau de carência. Às vezes acho que o meu implícito no discurso é uma ilusão, porque eu sempre aludo a ele, uma hora ele se torna óbvio.
    A solução é me isolar! Não quero mais "gente bem intencionada" ouvindo minhas querelas ou INVESTINDO tempo em mim, cansei de tamponar as faltas dos outros e nunca ser devidamente retribuído, é um cativeiro.
    Agora eu tenho um escopo, meu isolamento. Não sei o que é isolamento desde que comecei a transar, o sexo era a ponte que me ligava a outro ser e me permitia a interação (mas nunca a satisfação). Agora, nada de flertes, sexo, "amizades" etc.
    Será que eu sabia disso o tempo todo? Será que eu SEI disso mas finjo não saber quando estou com alguém, para que assim eu interaja e por conseguinte exista.

domingo, 6 de setembro de 2015

Esses últimos dias

    Prensado paraguayo me deixa tonto e entorpecido, parece que ele revive a lombra do loló, mesmo que você tenha cheirado há semanas, talvez não seja culpa do prensado, naturais também poderiam reviver certas lombras, ou talvez o prensado tenha tanta química que entorpece de modo parecido com o loló.

    É triste lembrar que há mais ou menos duas semanas eu tinha maconha natural, mas o pior seria se agora eu não tivesse nem o prensado, o que importa é que ele chapa.

    Para conseguir esse pren, eu andei pelas favelas de Boa Viagem altas horas da madrugada. Andei de beco em beco, circulei as ruas, enfim achei um grupo de pessoas e consegui comprar, com muito receio dei o dinheiro e fiquei esperando a encomenda, eu pensava o tempo todo se eu iria levar um calote. O cara chegou com o pren, fui conferir o material uma rua depois.

    Se não fosse o proibicionismo eu não teria de passar por isso, mas eu não vou entrar nesse assunto, ele rende muito e hoje estou sem saco pra discorrer.

    Pretendo não dar nem um pega amanhã, quero estar careta mesmo; percebi que ando sincero demais e falando coisas pessoais de modo inconsequênte para todo mundo, faço isso quando chapo pela manhã e fica uma brisa remanecente à noite.

     Se tem uma coisa que eu me arrependo é de ter me exposto demais nessas últimas semanas, eu fui um idiota. Contei problemas pessoais pra pessoas que eu sequer conheço, ou pior, que tenho uma relação superficial e que estudam no mesmo lugar que eu.